29 de abr. de 2010

Da solidão















Da solidão

Se choro ao crepúsculo
Verbalidades não contam
Eu entardeço sim

25 de abr. de 2010

S.O.S - Pela Lit Fan Nacional, na Biblioteca Pública da Penha


S.O.S - Pela Lit Fan Nacional, 

na Biblioteca Pública da Penha

Nana B. Poetisa, lançou essa campanha maravilhosa, para divulgar e apoiar os escritores nacionais de LitFan e ao mesmo tempo, incentivar a pratica da leitura. Eis a mensagem:


"Oi, galera. Preciso da ajuda de vocês.
E, como sei que meus amigos são fantásticos. Além de bárbaros escritores nacionais, claro... decidi então, pedir um help aos meus queridos amigos, escritores!

A biblioteca de onde moro, em Olaria aqui no Rio não tem nenhum exemplar de livros, de nenhum autor Fantástico Nacional contemporâneo, nem mesmo um simples exemplar... vcs acreditam?


Amigos queridos. Se puderem doar pelo menos um exemplar de cada um de vocês. Obras, que a garotada (que tem grana pra comprar) tanto curte, seria ótimo pessoal.

Precisamos dar a chance aos leitores jovens, das classes menos favorecidas, a chance de ter acesso ao nosso trabalho, a conhecer os autores fantásticos nacionais de tanto talento, que nosso Brasil tem.

Acho que é uma maneira excelente, de divulgar mais ainda, nosso Universo fantástico!


Deixo aqui esse apelo, contando que vcs possam fazer algo, para ajudar. Acredito que qualquer doação, será recebida com extremo carinho...por todos da comunidade onde vivo e claro, para auxiliar na educação e

conhecimento, da garotada que frequenta a biblioteca!


Aos autores que puderem fazer uma doação. Mesmo que de um exemplar de sua obra, antologia, romance, poesia, contos, etc.

Ficarei imensamente grata e sei, que a comunidade também.
Enviem sua respostas, através do email: nanab.poetisa@gmail.com


Agradeço imensamente pela atenção.
Abraços afetuosos, Naninha".

Dados da Biblioteca:
BIBLIOTECA POPULAR ÁLVARO MOREIRA - PENHA
ENDEREÇO: RUA LEOPOLDINA RÊGO, Nº 734. OLARIA/PENHA
Rio de Janeiro.

23 de abr. de 2010

poente poema

poente poema

e se o poema é palavra
que não se pode falar?

e se o poema é lágrima
que não se pode chorar?

e se o poema é música
que não se pode dançar?

e se o poema é saudade
que nunca vai passar?

e se o poema é retrato
de quem não vai voltar?

e se o poema é dor
que o tempo não vai apagar?

e se o se for tão triste
que não deveria pensar?

é assim perdida em ses
que poente poemento
versos trilces
e sonho nenhum para sonhar
.
para ti

21 de abr. de 2010

Angeline


Angeline
Por Tânia Souza

Ah, os poderes da mente, do medo e do pavor cercam o homem com tais tentáculos que até mesmo o inferno toma forma se o homem assim o crer. Eis o que dizia-me, exaltado, o jovem estudioso que fazia-me companhia. Meus olhos estavam perdidos na paisagem alagada, falávamos ainda pouco de um vizinho, conterrâneo que, crendo no sobrenatural, fora tomado pela insanidade. Sim, a mente tem poderes desconhecidos, mas desconhecidos são também os mistérios e as sombras do universo. Ele pareceu perturbar-se com estas murmuradas palavras, engolindo o chá e fitando a biblioteca, constrangido com minha resposta. Ah, a juventude! Sim, me vejo nos fios escuros deste doutor menino. Quando jovens, nada nos impede, nada nos limita a não ser a força da vontade, até que n’algum momento nefasto, as sombras irradiam-se, cercam-nos e delas jamais nos recuperamos.
A chuva havia chegado e com ela, os demônios bem o sabem, meus pesadelos. Quando o céu desaba, meus ossos doem como se lâminas estivessem brincando nas sofridas articulações. A chuva pela qual estive esperando finalmente caíra, feroz no início,  a tempestade se foi levando consigo parte da verde paisagem. Mas, como sempre que chove torrencialmente por horas, o nível do rio subia a cada minuto e, com o corpo cansado e tomado pelo peso dos anos, só me restara ver a chuva caindo, impedido de sair. Portanto, eis como chegara até aquele instante, quase sem assunto perante a vivacidade da juventude. Num estado semi-adormecido, perdido na modorra do dia, meus pensamentos voltaram-se há um dia fatídico, quando era ainda jovem e cria que o mundo era meu. Um mundo de lascívia e perdição que tornara-se o caminho para a personificação do mais hediondo mal.
Ofertei-lhe, assim, àquele incrédulo cientista que o destino fizera meu bisneto, um pedaço de minha história, aquela da qual jamais falara, entanto, estivera sempre comigo. Ofertei-lhe um retrato de Angeline.


I

 Na época, contava já com vinte e oito anos e passava meus dias na velha hacienda de meu pai. Viajando pela Europa, o barão tentava um meio de encaminhar-me para os negócios e deixara-me ali sob ameaças veementes, entretanto, amigos vinham constantemente alegrar-me do tédio rural.  Naquele dia também chovera e preso naquela velha fazenda, nada conseguia afastar-me do tédio, a tempestade afastara os amigos que iriam entreter-me, minha amante não se encontrava na província, noite alta, a besta em mim rugia quando saí em busca de caça. As poucas serviçais que ainda andavam pela cozinha não me agradavam, havia um cheiro de gordura impregnado em sua pele, olhos cansados não guardavam surpresas, ao me verem passar, aprumavam-se, esperando pelas ordens. Vi, a um canto, uma garota sentada, de cabeça baixa, que brincava com um pequeno graveto.

17 de abr. de 2010

Ela


Ela
Por Tânia Souza 

Ela estava em meus braços, o mais lógico dos seres também não teria resistido a leveza diáfana de sua presença. Meus olhos outrora nublados em lágrimas contemplaram embevecidos a beleza que tanto me torturara. Ah, saudade insana, cruel, desesperadora.

Coração acelerado em suspiros, garganta em febre, meu rosto lentamente aproximou-se daquela beleza em mármore. Sua boca, um botão translúcido. Sim, beijei-lhe a boca descorada. O gélido destino selou-se naquele instante de loucura e dor. Que me importava a meia-noite, o silêncio, e os olhos congelados das esculturas que me espiavam na penumbra de um cemitério secular?

Profanei aquele que deveria ter sido o seu último lar. Suas vestes imaculadas, os cílios longos na face lânguida. E lhe roubei a tempo dos vermes e seres infectos que ousariam profanar seu corpo sacro.

Minha? Não, nunca o fora, nunca seria.

Senti minhas forças deixando-me quando o sopro que me animava era lentamente absorvidos pelos lábios que tanto amei. E eu apenas dormiria meu sono eterno naquele leito que por pouco tempo fora o dela.

Quase inerte no sono da morte, vislumbrei seu renascer.

Depois, anjo insano sorrindo-me ainda em nubladas fantasias, partiu na noite sombria.

 
Conto escrito para o 6º Desafio Literário do Fórum da Câmara dos Tormentos

14 de abr. de 2010

O beijo!

O beijo!

Por Tânia Souza 

Não bani os fatos da memória, são apenas detalhes que vislumbro. O resto perdeu a densidade em meio ao universo sinestésico que vivo. Lembro do cheiro, das vozes, as cores e pulsações. Nada mais. Aquele 13 de abril - dia do beijo - amanheceu cinzento, quando me encaminhei para o calor sufocante das salas e das vozes aglomeradas. Livre enfim, sai tentando desviar da algazarra no corredor. Entre as risonhas feras, a euforia indicava que mais um ritual de passagem iniciava-se naqueles cantos quase escondidos da escola. Mais uma prova que queimaria os sentidos das vitimas em potencial, instigava a turba que bradava e seria lembrada para sempre como a primeira vez em que dois lábios se encontrariam para enfim conhecer o embargado sabor de um beijo. Assim seria.

Aos 17 anos, eu carregava o estranho fardo de nunca ter beijado.

13 de abr. de 2010

1º Desafio Literário de Ficção Científica baseado em imagens

O site CONTOS FANTÁSTICOS, de Afonso Luiz Pereira, convida:

Participe do 1º Desafio Literário de Ficção Científica baseado em imagens

Este desafio consiste em um concurso de contos de Ficção Científica utilizando uma das três imagens disponibilizadas para como base para o desenvolvimento do conto. Inspire-se, ouse, imagine e participe!

Consulte o Regulamento e a Premiação no site CONTOS FANTÁSTICOS.


11 de abr. de 2010

Seemann - Rammstein

... komm in mein boot  

 

...é, certas canções jamais deixaram de assolar/ressoar meu coração...

 

Seemann -  Rammstein

 

Venha para o meu barco
uma tempestade se aproxima
e está anoitecendo

Para onde você quer ir
tão completamente só
levado pelas ondas

Quem lhe dará a mão
quando as águas
te puxarem para o fundo

Para onde você quer ir
tão infinito
o gélido mar

Venha para o meu barco
o vento de outono pára
as velas estiradas

A luz da lanterna ilumina
seu rosto em lágrimas
a luz do dia se inclina
o vento de outono varreu a vida das estradas

A luz da lanterna ilumina
seu rosto em lágrimas
a luz do entardecer persegue as sombras
o tempo pára e é chegado o outono

Venha para o meu barco
a saudade se torna
o timoneiro

Venha para o meu barco
o melhor marinheiro
era eu

A luz da lanterna ilumina
seu rosto em lágrimas
você toma o fogo da vela
o tempo pára e é chegado o outono

Eles falavam apenas de sua mãe
tão impiedosamente é apenas a noite
no fim, resta-me a solidão
o tempo pára
e tenho frio
frio
frio...

2 de abr. de 2010

Hans Christian Andersen - A essência da fantasia




Hans Christian Andersen - A essência da fantasia
                       
O blog Descaminhos Sombrios apresenta uma pequena homenagem a um escritor inesquecível. Há 205 anos, nascia em Copenhague Hans Christian Andersen. No calendário marcava-se dia 2 de Abril, ano de 1805. Poeta e escritor, teve nos contos de fadas sua maior inspiração e contribuição para a literatura universal.

O soldadinho e a bailarina


O soldadinho e a bailarina


E o que era amor ardeu tanto
Nas chamas absurdas
Olhos (en)canto
destino tornou um


Contos de amores e sombras
Melancolia de um blues
Nas cinzas restou ao mundo

Do valente:
pequenino coração de chumbo

Uma pedrinha azul:
a marca da presença dela
Ternos ardiam como brasa

Eternamente juntos
Um valoroso soldadinho
E a delicada bailarina rosa