Ausência
Do vinho derramado
Só restam cacos
Palavras trincadas
Notas sem vestígios
Taças desfeitas
Soluços contidos
De verbos vãos
Murmuram rubras
Canções de outrora
Lejanas declarações
É sábado
E já não vejo o sol surgir
É sábado e o sol talvez brilhe
Não para mim
Queda-me o vazio
No escuro do quarto
um abismo
o vácuo
Infindo labirinto
Olhos perdidos em noite blues
Ai que triste
E desolada composição
As telhas desfazem-se
Serenatas de uma chuva eterna
Desbotadas e sofridas
Nossas dores tatuadas sangram
Rubro vinho desfalece
E pálido derrama-se
Nas velhas paredes
Turvas rosas choram
Em sombra e solidão
Em (in)trincados cristais
Coração entrelaçado vai
N’alguma madrugada
Quando a viola de cocho chora
Meus cílios brincam de orvalho
Cacos cristalinos de nos dois
E um amanhecer que não vem
Magnífico! Lindo demais!
ResponderExcluirMeus parabéns pelo poema e pelo blog que cada dia está mais acolhedor.
Beijos sangrentos da vampira Laysha.