noturna
luar de febre e açoite
feito farol ferido
em cílios curvos de tempo e rímel
luar refletido
caninos de súbito aflitos
olhos mortiços
a loba uivou longamente
de fome e fúria e dor o seu gemido
noite enluarada
fera e bela
nalguma esquina
caça ou caçador
... vaga quimera
e depois?
e depois nada
eco de saltos na calçada
estraçalhados cristais
luar no asfalto
sorve ilusoes quebradas
sorve ilusoes quebradas
ri lejana e fria a lua
alma devassada e nua
é noite
e criaturas vagam
reluz a solidão da rua
algum resquícios de febre
em rubro luar
enquanto ela se vai
pés descalços
se vai
insaciadamente
se esvai
Sabe de quem me lembrei? Nietzsche dizendo que diante da necessidade, todo idealismo é inútil!! Vi isso, assim mesmo, neste texto impregnado da mais insofismável particularidade da carne, e do espírito (q no creo rsrsrs)! Grande T!!!
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