Agosto, e o despertar de um gosto
foi num agosto qualquer
madrugada áspera nascia
aquela miúda Maria
bem filha de seu avô
pequeno fruto de dor
foi num agosto qualquer
madrugada áspera nascia
aquela miúda Maria
bem filha de seu avô
pequeno fruto de dor
vida veio ao mundo
envolta em trapo imundo
envolta em trapo imundo
alma solitária e faminta
que de triste e aflita
cobraria o preço
de tão cruel desapreço
e a mãe/menina
com fome, frio e doentia
fitando os seios infantes
ninava a boneca que chorava
e no coração ferido
da infância roubada
medo de quem lhe oprimia
e piedade pela pequena Maria
e por 12 noites mãe e filha
duas crianças choravam
mas a sexta 13 chegou
na madrugada fria
com sede, lascívia e crueldade
a antiga fera/avô despertou
e piedade pela pequena Maria
e por 12 noites mãe e filha
duas crianças choravam
mas a sexta 13 chegou
na madrugada fria
com sede, lascívia e crueldade
a antiga fera/avô despertou
na face da menina
e na foice afiada
vingança se revelou
e na foice afiada
vingança se revelou
descobriram rubro alimento
naquele que lhes fora tormento
a lamina afiada descobrira
néctar para muitos e muitos dias
e de tão rubro sabor
este vício seguiu pela vida
de razão tão ausente
fruto de uma vida demente
e a cada aniversario de Maria
três entram na pequena choupana
em festa insana e profana
somente mãe e filha saem de lá
vingança, saciedade e paz
e de tão rubro sabor
este vício seguiu pela vida
de razão tão ausente
fruto de uma vida demente
e a cada aniversario de Maria
três entram na pequena choupana
em festa insana e profana
somente mãe e filha saem de lá
vingança, saciedade e paz
pela eternidade?
ou até outro agosto chegar
Por Tânia Souza
Por Tânia Souza
Gostei muito do tema e da atmosfera. Muito bom.
ResponderExcluirEu sou suspeita em falar, porque se é terror, camuflado ou não, eu adoro, rsrsrs... mas eu achei fodastica a poesia... adoro trabalhar com o surpreendente... e fome e desespero são um prato cheio para uma história sombria... perfeitooo... XD
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