5 de set. de 2011

fome

sinto seu cheiro e o instinto só me conta
da minha fome
fome fome fome

entremeusdentesuacarne
fome fome fome

e voce escorre nos meus lábios
é tao quente baby
ah como eu quero
e meu sangue se aquece
ah, é tão quente e seu cheiro me apetece
fome fome fome

minha lascívia se embriaga em sua saliva
minha rosa azul
queimando mundo em blues

e sua alma é tão doce
que uma lágrima triste queima pele fria
e lembraria com saudade
essa alma já foi minha

você é tão doce
em minhas sombras sua luz

me dê sua boca baby
            sua pele a minha febre
                                     a minha sede  
                                                 a minha verve

mas a fera ri e saliva em fome
fome fome fome
e minha lascívia se embriaga de sua saliva

e seu coração é tão doce baby
escorrendo em meus lábios
derramando-se rubis em minha pele

e o vento em seus cabelos só me trazem o seu cheiro
e o vento em minha face só me beija o seu cheiro

o luar argênteo ri e debochada a fera espia
e das sombras os dentes dilaceram a alma

eu sorvo sua lágrima
ela é tão quente baby
quando você morre
sou apenas sombras

e o seu gosto é tão doce ferindo
minha garganta embargada
dilacera meus ossos
e encontro-me em sombras

violinos baby
violinos choram
e suas lágrimas ainda queimam
minha pele fria
fria
fria
enquanto morre a alma minha

os ponteiros tristes de um relógio insano giram
ao som de violinos violentos
violinos que choram baby
em meus seios pálidos palpitam sombra e solidão
e suas lágrimas ainda queimam minha face
minha pele fria fria fria
enquanto morre alma minha

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