descaminhos
e quando sinto
absurdamente tristes
ponteiros em estilhaçado labirinto
é no silêncio que a dor
de súbito emerge
é ainda calada que minh’alma chora
mas eis que a sede não saciada
a fome angustiada
a fé dilacerada
ainda existem
agourentas asas
vagam
vãs
vagas
ah, destino, vai-te embora
tu que denso, trágico e faminto
enlaça-me, provoca-me
e deixa-me
n’algum abismo
ah, logo caminhos pressinto
ah, e mais uma vez persisto
noite se foi sem mim
e para meu lamento
procuro em desespero algum alento
e nas palavras ele vem
nas palavras torpes, tristes
belas, vagas ou vãs palavras vêm
alento das palavras de ninguém
e febrilmente teço
universos que desconheço
passos, rictos e tragédias
e com voracidade escrevo
esta cruel comédia
de um sonho que adormeço
e recrio nestas sagas
em dor que desconheço
caminho
em descaminhos
caminho
em descaminhos
enquanto o agora inalcançável,
mas quiçá, inexorável
abraço da noite eterna não vem
Oh, uma poesia tema do bloguito!
ResponderExcluirVolte para o caminho, apesar de o descaminho ser belo quando escreve...
=)
Muito bom mesmo! =) Vou ver tudo com mais calma depois.
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