Aprenda a beijar
Sei que ando assim enluarada
Sou mulher, fêmea, ferina femínea
Delicadas nas ações, doçura no coração
Porem, de tão enjoada dessa lida
Resolvi tomar uma nova guarida
Pois cada dia em meu caminho
Há de ser livre dos espinhos
Amo demais, mas tenho sapiência
E também músculos fortalecidos
Todos os sopapos de uma existência
Guardados em suave paciência
Revoltaram-se e respiram livres
Chega de poesias soluçantes
Nada será como antes
Ouçam agora, mulheres do mundo
Como lidarmos com este submundo
Que outrora chamamos de amores
Meu manifesto é plural
Mas se não surgirem adeptas
Farei dele meu particular manual
Deixemos de lado o puro sentimento
Façamos deles nossos escravos
Somente assim, merecerão ser amados
Como sempre, hão de beijar-nos a pele
Acariciar-nos trêmulas, todas as curvas
Porém, deste momento em diante
Tementes, cerrarão os olhos para não ver,
Quando passarem outras musas
Acarinhar-nos-ão em horas turvas
Falando suaves de tristezas ou luxurias
E beijar-nos a boca com loucuras
E se acaso este beijo
Não tocar-nos completamente
Entre lábios, corpos, suspiros, prazer e alma
Sentirão nossas mãos enluvadas, friamente
Enchendo-lhes a face de pancadas.
E os pés deixando bem marcadas
As partes que lhe são mais amadas
E se ele reclamar, não perde por esperar
Outro mais atento tomará o seu lugar
Para cuidar bem, da doce mulher que tem.
Tânia Souza
Este poema é principalmente uma brincadeira, se o eu-poético é ferino, a autora, no caso eu, detesto violência e agressividade. Os versos nasceram como resposta a um comentário-desafio, este que segue abaixo.
“Não consigo ler uma poesia feminina falando que se ele não a beijar corretamente ela vai cobri-lo na porrada.”
Ah, aos que me perguntaram sobre o autor da pérola, ele pediu que omitisse o seu nome. Que pena u.u
Nenhum comentário:
Postar um comentário