31 de out. de 2009

HAPPY HALLOWEEN!!!!!! Selinho comemorativo By Witch Princess

Para concluir a Semana Especial Dia das Bruxas, Descaminhos Sombrios recebe esse lindo selo criado pela Carla, do Witch Princess,  obrigada querida.
HAPPY HALLOWEEN!!!!!! Selinho comemorativo By Witch Princess


Regrinhas:
Podem indicar para quantos blogs quiserem: 1, 3, 5, 10...
Só peço que publiquem este texto mencionando que este selo
é uma criação By Witch Princess, linkando o meu blog, ok?
Então, meus indicados são :
Câmara dos Tormentos   
Mundo de Fantas 
Gothic Darkness

Bruxa, bruxinha, bruxilda, bruxosa

Bruxa, bruxinha, bruxilda, bruxosa  
Por Tânia Souza


Ei, psiu, venha até aqui
                           Não tenha medo de mim
                  Olhe bem nos meus olhos


Tente não estranhar

Neste mundo existe
Cousas de espantar
 

               Meu caldeirão está fervendo
            Com baba de morcego, flor azul
                  E outras coisitas mais...

Eu sou uma bruxa tão famosa
Por maldades diversas sou temida
Hoje, quero contar um segredo
Que guardei por toda vida

                  Não sou má, talvez ma de luca

                      Sou uma moça esquisita
                  Vestida de preto, como tantas
                     Pois essa cor é tão bonita
   
  E em vez de piercing, olhe bem
   Adoro as verrugas que meu nariz tem
 

E as botas em couro, bicudinhas
Na verdade acho uma gracinha...

                 Minha risada escandalosa?
                 Ka ka kak ka ak aka kak ka…!
                 Não difere muito da sua a gargalhar.

Só por que eu danço em noites de luar
Não precisa me condenar

                       Gosto de magia, de escutar a vida
               Sei segredos da terra e das árvores
           Elas falam de magias escondidas
     Mistérios do mundo inteirinho

        E se n'alguma noite escura
        Uma descabelada garota passar
        Voando em vassoura enlouquecida
        Não precisa se assustar, nem soluçar
Com a tal chapinha não me acostumei
E deixo meus cachos soltos no ar

Sou bruxa, bruxinha, bruxilda, bruxosa
Mas sou mesmo uma menina divertida
Que não tem com quem brincar

           Não tenha medo desse meu olhar
           No calderão não vou lhe empurrar
           Isso é intriga, mentira da braba
       
Veja e prove dessa fervura multipla
É uma gostosa e mística poção
Para minhas verruguinhas amaciar

              Meu namorado é um gnomo majestoso
              E adora comigo, sob o luar passear

              Esta noite ficarei bem escabrosa
                       Para ele se encantar
                     Sou uma bruxa moçoila

         Quinhentos anos é idade boa pra casar

                 Se amaciar bem as verrugas
                 Se arrepiar o cabelo
                 E com perfume de morcegos
                 Meu pescoço adornar
ai ai ai bem sei

Ele vai se declarar

Esse é o segredo que queria contar
Uma bruxa apaixonada presenteia
Quem seu caminho passar
                 
           Ofereço-lhe uma taça da poção
           Para a sua beleza aumentar

E um belo gnomo verruguento
          
Ou uma feiticeira encardidinha
                                  
Por você vai se enamorar...

25 de out. de 2009

Bruxas, figuras de poder - Ensaio de Paola Basso Menna Barreto Gomes Zordan

O blog do escritor Henry Evaristo, que destaca-se pela excelente contribuição à divulgação da literatura fantástica, contribui para a Semana Especial Dia das Bruxas do Descaminhos Sombrios com este ensaio postado na Câmara em 11.11.2006. Uma interessante leitura sobre o universo construído em torno dessa figura que tanto fascinou, assustou, inquietou a sociedade. Para quem quer conhecer um pouco mais sobre o tema e, principalmente,  atraves de um texto que percorre textos que ajudaram, históricamente, a contruir essa imagem, ora romantica, ora ameçadora, leia o ensaio de Paola Basso Menna B. Gomes na Câmara dos Tormentos. Palavras chaves: bruxas, corpo, feitiçaria, paganismo, inquisição.

Mundo de Fantas - Semana "Dicas de leitura" especial Dia das Bruxas.



Ler, mergulhar no universo das palavras e vivenciar emoções únicas: sofrer, sorrir, temer, chorar, inquietar-se, assustar-se... a literatura tem este estranho e maravilhoso poder.  

Pensando nisso,  Celly Borges, do blog Mundo de Fantas preparou, para deleite sombrio dos leitores, a Semana "Dicas de leitura" especial Dia das Bruxas.

Confira diariamente dicas de obras clássicas ou ainda desconhecidas, relacionadas ao tema Dia das Bruxas. Confira e escolha o que ler neste  Halloween. Afinal...

† † † † † Magic in the air. . . on Halloween † † † † †

21 de out. de 2009

Galeria do Sobrenatural - Lançamento



Descaminhos Sombrios tem um nefasto prazer em divulgar a literatura fantástica, assim, agradecendo ao convite para o lançamento, apresentamos a coletânea “Galeria do Sobrenatural - Jornadas Além da Imaginação” .


Mario Carneiro Jr. - do blog A Lua Mortal - participa com o conto "Um Estranho Incidente Noturno". Conforme o autor, esta foi a primeira história de horror que escreveu, inspirada em um pesadelo deveras sombrio. Andréa Del Fuego, Giulia Moon, Miguel Carqueija, Bráulio Tavares, Octávio Aragão, Regina Drummond são alguns entre os autores que participam da antologia.


O lançamento será no dia 31 de outubro, em São Paulo, com  bate-papo sobre o seriado além da imaginação ( ah, que saudade) e outras atividades relacionadas ao universo fantástico. 
Mario, mesmo estando tão longe, agradeço pelo convite, desejo boa sorte e muito sucesso nessa publicação.

15 de out. de 2009

Outubro-me


Outubro-me


Hoje, leitor que talvez venha, talvez nunca, frente ao texto que agora teço, hoje tens, leitor, palavras de garganta embargada em complexa perplexidade, em tela e teclado vou fugir de mim e me encontrar.

Por vez primeira eis-me aqui, sem disfarces, apenas divagando a face sem retoques que aflora-me e burla do que tão serena finjo ser


Há tantas sombras e tristezas já tão minhas, frente ao espelho eu as vejo e dos lápis negros e toques de pincéis e beijos de batons que espiam-me, gargalham-me murmúrios de ancestral melancolia nestes traços de menina de irmã de tia de professora de mulher de amante de amiga e filha... de apenas verso e poesia.


Não, eis que nestas palavras não tratarei de um conto insólito, de viagens surreais, poesia sombria ou o terror que espreita e espanto em contos inquietantes. Tampouco tens aqui, leitor, minha face menina/mulher/poetisa, da experiência concreta ou retro, dos versos ternos, de tolas nostalgias, de amores vãos e sonhos que desvendam-me em verborrágicas  quimeras. Hoje, apenas palavras em desatenta forma.


É outubro e há na cor da tarde tanto lirismo que reconheço enfim: outubros coisificam meus sentidos. Dos anos cumpridos, fiz mais um. No aniversário dessa moça que me olha do espelho, murmuram verbos não conjugados, sonhos desfeitos e refeitos, vitórias, conquistas, derrotas e eterno recomeço. Escolhas que fiz, outras a vida fez por mim. Lunes era quando o calendário marcou trinta e três, a face no espelho espantou-se, depois riu, ano I, ano II, ano III e assim assim talvez... chama-se viver. É outubro, dia das crianças e nasci assim talvez sempre menina, mas marcado em nostalgia o caminho estendia-me desde sempre.


É outubro e também o mês para se comemorar o dia dos professores. Há o que comemorar nessa tensa e terna e amada e dolorida premissa que de sou ouvida e talvez na palavra com que compartilho/ensino/aprendo exista algum sentido? 


Eis que aprenderei a sobreviver aos outubros... a sobreviver a essa moça/face triste que questiona-me no espelho e diz-me ainda, vai assim ser indecifrada nessa vida


ou 



.... em braços dados em dados incertos de lances e relances seguiremos novos caminhos?

Há um aroma de café espalhando-se pela casa e tantos labirintos, há lá fora esse sol atordoante de outubro e certa brisa irrequieta brinca nos ipês floridos... Quedo-me aqui, palavras - nem mais tão minhas – em íris inusitadas vão. Eu? Apenas vou ali brincar de viver. 

Fotos: Horto Florestal,  no centro de Campo Grande MS, by Tânia Souza em 14/10/2009.


13 de out. de 2009

notívaga

notívaga 



ao sol que finda
marfim sanguíneo
de lascívia fome
antecipa e suspira
 
ah, sorver assim
embriagante vinho
de vida inebriado 

 selvagem espasmo
 
dentes lascivos
desvendam
frutas de carnes
sonatas de gemidos

ah, serpente esguia
lábios esquizofrênicos
eterna tautologia

olhar rubi
espreita a noite
terno e feroz, perfila
calçadas doloridas
sementes de vida

palpitam rubros anseios
ao luar argênteo
oferta
e oferenda
em febril sedução...

Tânia Souza

2 de out. de 2009

Carona

       "Seu futuro será de muita luz!" Disse assim a conhecida cartomante. "Basta seguir a estrada da vida"
 

       "Mas devo seguir a luz?"  ousei perguntar, olhos fixos no espelho da vida.
    

      "Eu nada mais posso dizer" e sorriu-me. Estranhamente sorriu e eu acreditei,     acreditei mesmo sabendo que ela me queria longe de seu filho.
 

       Segui a estrada em busca do destino, a única que conhecia, a estrada que  cortava a nossa vila todos os dias.
 

        "Uma carona, seu moço?"
 

        "Pode subir, mocinha."
 

       Jamais imaginei que se referisse às luzes do caminhão onde teria roubada a  vida naquela mesma noite, ainda na estrada. Estrada onde agora vago em busca  da luz à mim prometida no espelho da vida.
 

        "Uma carona?"

Sementes do mal - Por Tânia Souza

   
Sementes do mal

         Sim, ouçam-me mundanas e damas de vontade duvidosa, ouçam essa que vos fala em púlpito nefasto. Também eu conspurquei meu corpo e minha alma em pecado e devassidão, entanto,  tivera comigo nos caminhos de ignomínia e desonra promessas de régia recompensa.

Mãe! Seria a mãe de um príncipe, herdeiro e guia para muitos, edificaria um reino para o rei dos reis, ao meu amado; enfim, na noite onde o silêncio imperava e horrores insinuavam-se entre as árvores, entregaria este tesouro e teria enfim a recompensa. Eu seria rainha.

Tampouco importava a dor que me sangrava por dentro nos últimos dias, podia senti-lo revirando minhas entranhas, ferindo-me com unhas pontiagudas... Meus pensamentos estavam fixos no triunfo. Cercavam-me, em sonhos mórbidos, vultos e portentos; podia senti-los ao meu redor, no cheiro ocre e nauseante surgia e desaparecia conforme a dor voltava.

Eis então, era chegada a hora. Gritei ao meu amado e mestre que viesse receber a oferenda, o filho esperado, a herança, o caminho da nova era. Ouviu a Terra uma ópera crescente, como orquestra insana surgiam lamentos profundos, cantigas mórbidas. Uma fina camada de suor cobria minha pele quase translúcida, entre gemidos de dor e espera, vislumbrava faces cruéis nos recantos sombrios da casa abandonada onde, como animal, eu procurara abrigo. Eram vultos, brisas mórbidas, mãos que se estendiam em jubilo e depois se recolhiam. Faltava-me às vezes o ar perante a densa angústia que se espalhava, ouvia então o  choro de anjos meninos e sentia como se fora ali, entre as paredes mofadas, o nascer de toda solidão
           
 A dor tornara-se insuportável e expeli uma massa disforme de carne e massa que grunhia e debatia-se. Vi com horror a espinha retorcida, a pele disforme e nebulosa, de um rosto sem face abriu-se um único olho, amarelo e purulento, tomado pelas mais doentias infecções, entre as pálpebras necrosadas surgiam dentes lisos e brilhantes.  Arfei, a voz faltou-me e com as poucas forças que me restavam tentei afastar-me da criatura que lançava na noite vagidos horripilantes. Arrastando-se pelo chão imundo e sangrento, debatia-se em busca de ar, balançando inúmeros braços cobertos por pêlos cinza. Ah, o horror. Eis que chegara o rei e seu séquito e minha promessa não fora cumprida. Fora eu impura para tão nobre senhor.

Seu olhar ferveu em ódio e de um movimento brusco, feriu-me com unhas pontiagudas, lacerou meu ventre até que uma mistura de carne e sangue espalhou-se e para delírios e risadas dos convivas, a criaturinha recém parida lançou-se esfomeada aos meus dilacerados membros até ser levada com eles.

Eu fora inutilizada, a mulher em mim morrera para sempre. Este castigo eu merecera por minha inaptidão, sigo viva para cumprir meu destino, suja, maltrapilha, maldita; caminho em busca da noiva perfeita, não fora ainda nesse ventre dilacerado que  meu  príncipe encontraria nefando acalanto, porém, será no ventre de uma jovem como vós, perdida em eterna noite de sombras, que a semente de meu senhor terá abrigo e, enfim, seu reino será real. 




Nota da autora: este conto é uma obra de ficção, não traduz minhas crenças ou opiniões; qualquer semelhança com nomes, fatos ou pessoas reais é mera coincidência.


Conto de Tânia Souza

1 de out. de 2009

Tristes




tristes


vertida em cacos
sentidos quebradiços
em pergaminhos vagos
perdida estou
da palavra ferida
em febre
busco e rebusco
fragmentos de mim


campos outrora verdejantes
cobrem-se em cinzas
sol que foi-se embora
apagou-se o d’antes

e se o riso vem
enfeitar a face minha
Sinto n'alma que chorei
comigo enfim, tão sozinha

envolve-me em trevas
ironias, ásperas palavras
em eco sem tréguas
sangram asas dilaceradas
quedo-me aqui
embargada em agonia

indiferença que angustia
injustiça que perturba
punhal de verbos em vão
ata e desata-me
tece/destece solidão
por caminho:
melancolia
esquecida estou
do azul
da fantasia
ah, sigo trilces vias

tenho por leito
ceifadas flores d'alegria
das cores pálidas
pétalas rasgadas
restou-me apenas
face triste e sombria

olhos rubros já não vêem
estrelas que mumuram
na noite vadia
e eu tão vazia
quisera apenas nao ser
acolheu-me eterna noite fria