1 de out. de 2009

Tristes




tristes


vertida em cacos
sentidos quebradiços
em pergaminhos vagos
perdida estou
da palavra ferida
em febre
busco e rebusco
fragmentos de mim


campos outrora verdejantes
cobrem-se em cinzas
sol que foi-se embora
apagou-se o d’antes

e se o riso vem
enfeitar a face minha
Sinto n'alma que chorei
comigo enfim, tão sozinha

envolve-me em trevas
ironias, ásperas palavras
em eco sem tréguas
sangram asas dilaceradas
quedo-me aqui
embargada em agonia

indiferença que angustia
injustiça que perturba
punhal de verbos em vão
ata e desata-me
tece/destece solidão
por caminho:
melancolia
esquecida estou
do azul
da fantasia
ah, sigo trilces vias

tenho por leito
ceifadas flores d'alegria
das cores pálidas
pétalas rasgadas
restou-me apenas
face triste e sombria

olhos rubros já não vêem
estrelas que mumuram
na noite vadia
e eu tão vazia
quisera apenas nao ser
acolheu-me eterna noite fria

2 comentários:

  1. Oi Tânia!
    Desculpe a demora em vir lhe agradecer a visita ao meu Canto Escuro e me senti imensamente surpreso com tamnha blz dos seus textos, puramente góticos...
    Agradeço de coração ao selo indicado, é um prazer para mim recebe tamanha honraria.

    Um grande bjo!

    ResponderExcluir
  2. Que belo este poema, muito bonito mesmo.

    ResponderExcluir