3 de ago. de 2011

Agosto, e o despertar de um certo gosto...

Agosto, e o despertar de um gosto

foi num agosto qualquer
madrugada áspera nascia
aquela miúda Maria

bem filha de seu avô
  pequeno fruto de dor
vida veio ao mundo
  envolta em trapo imundo

alma solitária e faminta
que de triste e aflita
cobraria o preço
de tão cruel desapreço

e a mãe/menina
com fome, frio e doentia

fitando os seios infantes
 ninava a boneca que chorava

e no coração ferido
da infância roubada
medo de quem lhe oprimia
e piedade pela pequena Maria

e por 12 noites mãe e filha

duas crianças choravam
mas a sexta 13 chegou
na madrugada fria
com sede, lascívia e crueldade
a antiga fera/avô despertou
na face da menina
   e na foice afiada
 vingança se revelou

descobriram rubro alimento
  naquele que lhes fora tormento
a lamina afiada descobrira
néctar para muitos e muitos dias

e de tão rubro sabor
este vício seguiu pela vida

de razão tão ausente
fruto de uma vida demente

e a cada aniversario de Maria
três entram na pequena choupana
em festa insana e profana
somente mãe e filha saem de lá
vingança, saciedade e paz


pela eternidade?
ou até outro agosto chegar

Por Tânia Souza

2 comentários:

  1. Gostei muito do tema e da atmosfera. Muito bom.

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  2. Eu sou suspeita em falar, porque se é terror, camuflado ou não, eu adoro, rsrsrs... mas eu achei fodastica a poesia... adoro trabalhar com o surpreendente... e fome e desespero são um prato cheio para uma história sombria... perfeitooo... XD

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