27 de jan. de 2010

Cinzas
















Cinzas!
Os dias, em cinzas envolvem-se.
Ruas cinzas!
Casas e prédios em cinzas!
Busco e só encontro cinzas...

O tato:
Encontra cinzas

Os olhos:
Nublam-se de cinzas

Os aromas:
Sufocam tomados de cinzas.

Ouço:
Fagulhas e cinzas.

Provo:
O des-gosto em cinzas.

E percorro em pressa descaminhos
O som alude ao chamado
E chamo: chamas!
Procuro, sem lume, em cinzas.

Mundo sem cores,
Tela cinza onde não me encontro
Desfeitos pontos,
Cores furtadas de um dia lejano...

Furtivos movimentos
Imperceptíveis rumores
Restam cinzas

E em cinzas converte-se meu coração 

Em cinzas morre a palavra
Morre a palavra no grafite cinza


E quando no fogo o papel transmite-se 
E todo verso
         E toda rima
                 E tola sina
                                    É de novo:

              Apenas cinzas. 
Ah, penas cinzas...

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