1 de nov. de 2009

Nós, que aqui estamos por vós esperamos! - Tânia Souza

"Nós, que aqui estamos por vós esperamos
Sonhei-me num cemitério: os túmulos eram azuis, flores multicoloridas estremeciam na brisa e vultos esguios surgiam em alguns cantos... não importava, eles não estavam ali por mim, nem eu por eles... os ipês amarelos derramavam flores e douravam o azul. Talvez eu tenha caminhado numa tela de Van Gogh.

Meus pés estavam descalços, sentia entre os dedos a areia fina, não como na praia, mas como no quintal de minha casa, quando ainda menina brincava e sentia o frescor de Gaia me chamando sob a sombra das árvores mais antigas. 

Eu estava morta e no instante seguinte, eu estava viva. Os vultos, talvez caminhassem cada um em uma tela particular: mansas, intensas, suaves tempestades...  seguiram seus passos, os meus.... ainda esperam.

Tânia Souza 01/11/2009

2 comentários:

  1. Un escrito encantador. Ligero y frágil a la vez que intenso. De un encanto especial.
    Una maravilla leer tus letras, tus palabras.
    Un beso.
    Diego

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  2. Talvez apenas a inquietante intensidade de se estar vivo, ou... pensar que se está, besos a ti e gracias pela presença.

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